terça-feira, 10 de abril de 2012

A IMPRENSA E A ÉTICA

Antes de falar qualquer coisa sobre a ética na imprensa, precisamos refletir sobre a ética na sociedade brasileira. É possível cobrar dos “jornalistas”, que antes de tudo são pessoas, que sejam incorruptíveis no meio de tantas que estão acostumadas a corrupção ?

Através dessa reflexão, pode-se começar a discutir a sobre a questão acima. Segundo o Aurélio, a ética é a ciência da moral. Assim sendo, ela deve estudar os bons costumes, o cabível, o que não agride nem denigre algo ou alguém. Uma conduta ética é aquela que respeita tudo isso; e um código de ética é uma série de preceitos que pregam o respeito aos valores de uma sociedade. Uma série de pesquisas e entrevistas mostra os resultados do que é ética no jornalismo.

Na atualidade a ética sempre fica em segundo plano quando é comparada com os interesses da emissora, sua empregadora. Chateaubriand, grande comunicador da primeira metade do século XX, ilustrava isso com uma simples frase: “Se quer ter opinião, compre um jornal”.
Discutir a ética na imprensa, o primeiro grande problema são os próprios jornalistas. Ainda bem que existem exceções, mas a maioria acha que discutir ética é uma discussão que não causa dano, uma arapuca de algum oponente ou uma arma para botar medo em seu líder.

A imprensa é, obrigatoriamente, ética e o que deposita a confiança entre imprensa e sociedade é a atitude ética. Cientificamente, não existe a verdade, e sim versão dos fatos, pois cada jornalista tem uma tradição, uma história de vida, uma formação acadêmica ou não.

Já que verdade absoluta não existe, corre-se o risco do jornalista, cada vez mais, julgar-se superior ao bem e ao mal de acordo com o que repassa para o cidadão. Essa relação deveria ser inversa: o jornalista deve estar a serviço do cidadão. Caso contrário, tudo o que conhecemos como jornalismo não tem sentido algum.

O maior bem que um jornalista, enquanto profissional, pode possuir é sua credibilidade, e não seu emprego e seus interesses.

A independência jornalística só tem valor quando é escancarada, condenando não só os conflitos como também as aparências de interesses. Ao aceitar presentes de suas fontes, por exemplo, sua idoneidade é colocada em xeque. Ele pode continuar sendo ético, mas pelo simples fato de haver alguma dúvida, sua autenticidade pode não ser mais a mesma.

A neutralidade é tão defendida no jornalismo que é quase uma questão extra-ética na área. Não há como ser imparcial e neutro se o ser humano é parcial e tendencioso.
Um jornalista político nada mais é que um político, mas que usa a imprensa, e não o plenário, para expor suas idéias.

Já foram feitos diversas listas de pecados capitais da imprensa. Eles são
apresentados a seguir, em tópicos:

1- Distorção, deliberada ou inadvertida.
2- Culto das falsas imagens.
3- Invasão da privacidade.
4- Assassinato de reputação.
5- Superexploração do sexo.
6- Envenenamento das mentes das crianças.
7- Abuso de poder.

Os “10 mandamentos jornalisticos”:

1- Desejo dominante de descobrir a verdade.
2- Pensar nas consequências do que se publica.
3- Contar a verdade não é o bastante. Pode ser perigoso sem julgamento informado.
4- Possuir impulso de educar.
5- Distinguir opinião pública de opinião popular.
6- Disposição para liderar.
7- Mostrar coragem.
8- Disposição de admitir o próprio erro.
9- Equidade geral.
10- Respeitar e honrar as palavras.

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