sábado, 2 de junho de 2012

TRATAMENTO DE ESGOTO????



Prefeitura Municipal de Além Paraíba-MG
AÇÃO COM RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Pode parecer estranho a alguns os pontos de interrogação deste documento, mas como muitas vezes é a curiosidade que nos move, espero esclarecê-los. Nas questões ambientais e sociais, e hoje socioambientais, sem separá-las na semântica e nas ações, nos deparamos com diversos caminhos. Como e porque explicar a importância de tratarmos os esgotos por nós todos produzidos? Será que pleno século XXI alguém ainda tem dúvidas quanto a isso? Às vezes precisamos tomar decisões, escolher caminhos que nos assegure um futuro. Vejam bem, não estou dizendo unicamente melhor, mas que o “futuro” exista!

Lembrei-me de uma passagem de Alice no País das Maravilhas, quando a mesma questiona o Gato: “Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar agora? Depende muito de onde está querendo chegar. Não me importo onde estou indo. Então não importa que caminho irá tomar, disse o Gato”.

Se realmente queremos ter “futuro” precisamos escolher os caminhos certos, se importar com esta escolha e caminharmos com firmeza e serenidade. O Município de Além Paraíba, na gestão atual escolheu o caminho socioambiental e optou por trabalhar pela qualidade do meio ambiente, mesmo que a mesma só “apareça” para alguns daqui a anos. Neste caminho escolhido estamos resolvendo os problemas de destino final do lixo (o aterro sanitário encontra-se em fase de Licença e Operação) e formalizamos processo junto a COPASA para tratamento do esgoto gerado. Sem entrar no mérito especifico dos aspectos legais, vem o Município cumprir com as determinações das Políticas Nacionais de Resíduos Sólidos e Saneamento, condições essências para a qualidade de vida no Município.

Agora, retornando aos pontos de interrogação do título e após algumas reflexões, entendo que na verdade não estaremos tratando o esgoto. Não se assustem, a opinião é pessoal, o que vejo na verdade é que ESTAMOS TRATANDO A ÁGUA. Observem bem: tratar é cuidar, modificar por meio de um agente, qualificar, etc. O que gera nosso esgoto? O uso que fazemos da água para nossas necessidades básicas, como banho, defecar e urinar. Ainda temos usos “indiretos” como lavar os alimentos, roupas, as casas, cozinhar, etc. Pois bem, todos estes usos “sujam” a água que nos serviu. Portanto, podemos compreender que o esgoto, como muitos pensam, não é formado apenas pela água e resíduos do vaso sanitário, mas uma parcela muito maior de usos da água.

Daí que me ocorreu que na verdade o que buscamos é tratar a água, cuidar bem dela, permitir que a mesma retorne a natureza o mais próximo possível do estado em foi captada para nos servir. E sabemos que, sem água, nenhum de nós poderá escolher qualquer caminho, não há opções, precisamos cuidar dela, tratar a água com carinho e respeito.

Assim, após estas reflexões e tratando da questão do esgoto, a importância fundamental de evitarmos seu despejo inadequado em rios é que o esgoto doméstico é considerado um dos maiores poluidores de recursos hídricos. A água contaminada por esgoto não apresenta apenas aspecto ruim, ela está mesmo doente. A alta concentração de esgoto doméstico em corpos hídricos pode leva-lo a morte, pois uma grande concentração de micro-organismos causa um processo biológico chamado eutrofização, podendo consumir todo o oxigênio do rio, eliminando a possibilidade de existência de outros organismos. Em suma, “matar o rio”! O primeiro passo para evitarmos que isso ocorra é darmos destino adequado ao esgoto, evitar que o mesmo seja despejado diretamente no corpo hídrico.
Cabe lembrar que um sem número de doenças possuem sua origem em corpos hídricos contaminados, indo das seríssimas cólera e hepatite até as mais simples, porém não menos danosas, como a amebíase que provoca intensas diarreias. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, dois milhões de pessoas morrem por ano no mundo (a maioria crianças com até cinco anos de idade) tendo como causa doenças de veiculação hídrica, isto é, causadas por organismos que vivem na água contaminada. Portanto, só a questão de saúde pública em relação a qualidade da água já seria suficiente para implantação do tratamento do esgoto/água.

Ainda devemos pensar naqueles transmissores mais asquerosos, como ratos, baratas e aranhas que encontram no ambiente de esgoto sem tratamento o lar ideal para seu desenvolvimento e que posteriormente “visitam” nossas casas e ruas levando um sem número de organismos patogênicos. Na água limpa eles não se desenvolvem. E o cheiro?

Alguém já pensou em levar a namorada (o) para passear e visitar um lixão ou um rio fedorento e mal cheiroso? Devemos ou não tratar o esgoto/água?

Mas temos ainda outras importantes vertentes destes tratamentos. Imagine daqui a alguns anos podermos usufruir de cachoeiras urbanas, como da banqueta e outras, para nos refrescarmos no verão. Junte a isso o fato de que a mesma poderá ser um atrativo turístico, pois a água limpa permitirá o banho e atrairá novamente peixes e pássaros para o ambiente aquático. São nossos rios de volta à vida!

Devemos nos lembrar também que uma ETE – Estação de Tratamento de Esgoto e todo o sistema para captação e transporte de esgoto, para ser operado precisa de funcionários e se tornará mais uma oportunidade de empregos para nossa cidade. Fora as contratações que ocorrerão durante o período das obras.

Por tudo isso entendemos que o Município não poderia mais esperar para entrar no Século XXI, um século em que os homens devem compreender que fazem parte da natureza e que não podem utilizá-la de qualquer maneira. Devemos respeito a quem nos sustenta com ar, comida, ambientes agradáveis e saudáveis e essencialmente água de qualidade. Ao tratarmos o esgoto/água CUIDAMOS DO MEIO AMBIENTE DE TODOS NÓS, SEM NENHUMA EXCEÇÃO!

“O mundo não foi feito em alfabeto.
Senão que primeiro em água e luz.
Depois árvore.”
Manoel de Barros

Além Paraíba, 25 de Maio 2012

Atenciosamente
Klinger V. Senra
Divisão de Meio Ambiente

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